quarta-feira, 13 de julho de 2011

Não acredito em amores Tela Quente



                Podem dizer o que quiserem, mas eu sou sim romântica e muito. Só acho que as pessoas confundem romantismo com exposições clichês, piegas e em certos casos, até mesmo com encenações surreais.
                Há alguns dias assisti uma reportagem naquele famoso programa das noites de domingo, a matéria contava a linda história romântica de uma enfermeira que se apaixonou por seu paciente e resolveu doar o seu rim para salvar o amor de sua vida.  Oi? Me lembra algum roteiro de filme americano. Muita gente vai me criticar, mas somente eu que achei essa historinha mentirosinha demais? É sim, do tipo beirando a um devaneio de ilusão “romance banca de jornal”. Não estou falando que era mentira a história em questão, mas tudo depende de como ela é contada. Pois é, claro que ninguém reparou na parte que o cara já tinha outra na parada e colocou um parzinho de chifres básico na dita cuja, e nem que a tal enfermeira levou um praticamente desconhecido para morar em sua casa e muito menos na namorada traída que aceitou tudo maravilhosamente bem. Acredito que a história seria bem diferente contada de outro ângulo. Sempre fico desconfiada de histórias assim, perfeitinhas demais ou que a personagem central é uma bondosa alma vítima sem fim deste mundo cruel.
                Tsc, tsc. Nada como ouvir os dois lados da história. Mas voltando a questão do romantismo...
                Já viram aquelas declarações de amor em público? É, pois é. Sabe aquela coisa de vergonha alheia? Sim, isso eu tenho em sobra. Acho terrível aquele momento surpresa que o ser resolve parar tudo e dar um depoimento meloso, que parece saído daqueles caderninhos de versos que eu tinha quando criança. Quando parte para aquelas apelações em programa ao vivo é pior ainda, verdade, eu sinto um calafrio, meu rosto fica quente e vermelho, isso porque estou no sofá da minha casa, sozinha, sem testemunhas. Sem falar daquela época que era moda mostrar seu “amor” através de discretos carros com seus alto falantes e fogos de artifício, se lembram daquilo? Imagina a situação da criatura que está recebendo a tal declaração? Eu tenho dó. Sério.
                Não adianta, não me desce essas coisas enlatadas, rotuladas, que todo mundo suspira, que dão ibope. Pode até dar um bom retrato, um bom texto, um bom roteiro e só. Acho que amor de novela e filme de Hollywood não existe. Visão de relacionamento real? Woody Allen. Ok, nem tanto, sem pessimismo. Se todos os amores fossem estilo Woody Allen o mundo seria muito depressivo.
                Acredito que o romance de verdade está naquela coisa discretinha, no que só o outro sabe e faz para te agradar. Naquele temperinho especial no arroz com feijão que te faz repetir o mesmo prato todo dia. Naquilo que é feito para agradar um ao outro, no mundinho particular, sendo que de platéia só o casal e as críticas e elogios vindos de seus próprios corações. Sem demagogias e poses para a opinião alheia, sabe.
              Penso que quem faz tipo de feliz demais, na verdade tenta mostrar algo que deseja que se torne real. Uma questão muito Freudiana para minha paciência.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

E se eu quiser ter gordurinha?


Sim, mentira minha se eu disser que vou amar parecer uma cópia da versão feminina do Faustão (Aliás, do extinto fofo Faustão). Nem tanto. Na verdade até tenho, aliás, morro, de inveja daquelas mulheres saradas, coxas duras, braços finos, barrigas lisas e sempre alegres e saltitantes mesmo tendo acabado de correr o equivalente a Maratona da São Silvestre.
A questão é que sempre que me deparo com tamanha devoção a este corpo esbelto, me deparo igualmente a minha devoção a boa mesa. Não tem jeito, o meu fascínio por uma picanha, a minha paixão por uma lasanha ou o meu amor incondicional por uma bela feijoada é insuperável. Sim, amo comer e comer bem, quem disse que não tenho critérios e exigências?!
Acontece que qualquer bom prato que se apresente reluzente e com aquele aroma irresistível ao alcance do meu olhar, faz evaporar o sonho da cintura fina estilo Déborah Seco (aliás, botem seco nisso não é?). No meu caso, para eu ter um corpinho daqueles e não abrir mão dos meus desejos gastronômicos, viveria apenas para duas coisas: malhar e comer. Comeria um prato caprichado de uma suculenta parmeggiana e malharia quatro horas, a noite um filé ao molho de gorgonzola e mais cinco horas malhando, para relaxar, um bolinho de fubá com leitinho quente e mais duas horas queimando as calorias... Oi? Dormir? Não, que isso, dormir é para os fracos!
Voltando a realidade, mediante ao fato de ser mãe, profissional, esposa e nas horas vagas dona de casa, penso que não teria tempo para isso. Então das duas uma: ou malho ou fecho a boca.O que é mais difícil pra mim? (Se vocês leram este texto até aqui, provavelmente já sabem a resposta). Sim, fechar a boca, claro. E acreditem, freio a maioria das minhas vontades senão não sei onde iria parar, mas confesso, satisfaço com prazer várias delas. E daí se eu prefiro ficar com uns pneuzinhos e me satisfazer do que ficar horas malhando e amaldiçoando aqueles benditos aparelhos?!
Claro, qualidade de vida acima de tudo. Exercícios moderados, saladas, legumes, frutas, água – muita água – e, como diria Bial, filtro solar. Mas não, não me imponham regime e muito menos malhação acalorada... prefiro minhas gordurinhas, nos dois sentidos.