terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Na cama

Ele levantou e foi ao banheiro, ela ocupou o outro lado da cama, puxou o lençol para cobrir suas pernas. Na tv uma mulher gemia aos berros. Ela suspirou e sentiu como se tivesse comido chumbo. Acarinhava-se em ilusões inúteis cheias de possibilidades inexistentes com alguém vazio em ligações. Suspiro triste e resignado pela condição. Enfim, será que estaria fazendo o correto? Tornar-se gelo não era uma questão de escolha, era uma questão de treino, e ela ainda era novata.

Seu blog merece um brinde!

É com imensa alegria e humildade que informo que hoje recebi meu primeiro selo!!! Oba!
A indicação veio do talentoso João de Carvalho da Escrivaninha32.
Muuuuito obrigada, pessoa!


De acordo com as regras, devo indicar três blogs que creio que merecem aplausos.
Díficil escolher somente três hein! Mas lá vai:

Idéias Ocultas
Clone de Cone
Tyago´s Blog

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Supimpa

Caramba, não faço a mínima idéia de pq estou contente....
Porque me sinto bem, porque tenho mil possibilidades à minha frente, porque percebi que tenho inúmeros caminhos e que posso com todos eles. Muito bom mesmo isso!!!!!!!!!
Ah, bom dia, bom natal e bom tudo para todos! :D
Bju na bunda e até segunda.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Viciada

Em cada dia tento ver um novo começo
e um respirar diferente,
me convenço de dar um passo de cada vez,
não vou cair novamente.

Sou como um viciado,
o dia de ontem foi uma vitória - onde não vacilei
e o dia de hoje um desafio - onde não vou me deixar vencer.
Anárquica, como a viciada em que me tornei.

Uma dependente física, química e emocional
em sonhar que vou ter o que idealizo.
Dependente em um mundo nada doce,
Tão cruel em mostrar o que realizo.

A realidade ironiza com um ideal inexistente,
nos acalmando com aquela viciante, a fantasia.
Essa monstrinha de inescrupulosos desejos
guardados em caixinhas de sonhos de padaria.
...........................
Mas cada dia é um dia,
e hoje não vou me deixar vencer.

E sonhos são tão leves...

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Pausa

E aos poucos e continuamente os pilares se deterioram. Tudo amarela e se esvai, o negro ocupa o espaço e aquele azedume preenche o que antes era sonho. Encurralada, tremo e me sinto desanimar. Aí me lembro "Adianta?". Sorrio "Não". Tomo meu café e leio meu livro. Atrás de mim um tufão volta a bagunçar meus sonhos, minha mente, meu coração, minha vida. Arrumo o cabelo e dou de ombros.

Up Now

O importante é caminhar. Buracos, barrancos, pedras e quedas fazem parte.
Mas o importante é caminhar, em frente. Sempre!
FELIZ!!! :):):):):)

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Conversinha

- Acho que o azul é melhor.
- Não sei.
- Então levo o vermelho.
- Hum...
- O que?
- Não sei.
- Aiii! E vc sabe de alguma coisa?
- Ó... Eu sei que eu te amo.
- Ahhhh, se é assim...

Foram embora, se amancebar em casa.

Lúdico desassombro

Estavam sentados há quarentas minutos, calados, ela com a cabeça no ombro dele, ele com o dedo fazendo caracóis no cabelo dela.
- E agora?
Ela suspirou, se ergueu ereta, suas costas já começavam a doer.
- Você não sei, eu alguma coisa vou fazer. Aqui é que não dá mais.
Ele ergueu uma das sombrancelhas.
- Então é isso. Só vamos saber se tentarmos, afinal...
Colegas, amigos, irmãos de alma e coração, bagagem pesada e saco cheio, tinham inúmeras coisas em comum, e nas diferenças se completavam, ela atitude, ele calma.
- A gente cai ou a gente voa?
- Isso depende da gente, eu acho.
E sorrindo ela ergueu sua mão à ele. Estavam naquela ponte velha e lá embaixo, muito embaixo, podiam ver o rio. Ela piscou.
- Bóra?
Pularam. De mãos dadas numa queda constante. Deu tempo de olhar dentro dos olhos, sorriram e entrelaçaram os dedos.
Então, souberam... voaram!
Tão impossível, longe e alto, que conseguiram ir para bem perto de seus sonhos.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Volúpia (De olhares...)

............Ela estava tomando café, lendo um livro qualquer, totalmente despercebida do mundo a sua volta. Era um final de tarde, o sol estava fraco, o clima frio, perfeito para relaxar um pouco e sempre que ela queria isso, ia naquela Creperia. Pode sentir uma onda quente vindo em sua direção, mas a frente, pela diagonal esquerda.
............Ele era alto, um rosto marcante por traços fortes, olhos miúdos, lábios finos numa boca grande cheia de dentes muito brancos. Não tinha nada de um tipo atlético, mas tinha um charme e uma magnitude que era impossível não notar, ele não disfarçava, olhava fixamente para Clara. Ela, sem jeito, se posicionou de melhor forma na cadeira, não queria parecer desleixada, tentou se concentrar no seu livro, olhou-o novamente de rabo de olho. Ele sorriu, um sorriso de canto de boca, e ergueu sua xícara para cumprimentá-la. Clara sentiu seu rosto corar, passou a mão pela nuca, mas, num sem querer proposital, ela o encarou, ele passou a mão pelas sombrancelhas, colocou os cotovelos na mesa e cruzou suas mãos para apoiar seu queixo, enquanto a olhava descaradamente. Ela sentiu um frio na barriga, que se transformou em calor e rapidamente se espalhou por todo seu corpo fazendo suas pernas abrirem ligeiramente. E ele continuava ali.
............Sem jeito ela pediu a conta e deixou o dinheiro na mesa mesmo, colocou apresadamente um pé após o outro para se afastar dali o mais rápido possível. Conseguiu enfim chegar ao apartamento, não sabe quantos minutos perdeu procurando a chave em sua organizada bolsa, estava muito nervosa não sabia dizer se era por estar tão perturbada ou por ter esquecido seu livro na mesa, culpa do "imbecil descarado", ela o xingou em pensamento.
............Colocou a chave na maçaneta e deu um empurrão naquela porta empenada, a qual ela queria mandar arrumar há semanas. Sentiu um puxão no seu quadril, que a fez voltar alguns centímetros para trás colando-a em outro corpo, um hálito quente se aproximou de sua nuca, "Isso é seu", ela se vira, era ele com o livro. Ela ergueu as mãos e tentou falar algo, mas ele a puxou para dentro do apartamento e não se deu ao trabalho de fechar a porta, sua preocupação era prensá-la na parede e afastar sua calcinha debaixo de sua saia curta. Clara se sentiu em êxtase, ao mesmo tempo não conseguia tirar a atenção da porta aberta, um medo de ser vista assim a invadiu, o que tornou tudo mais interessante.
............Não, sim, gemidos, rasgos, preenchimentos, suór, delírio. Uma deliciosa eternidade em alguns minutos. Recomposição. Com o rosto colado ao seu, ele sorriu, um sorriso inconfundível, "Tenha uma boa leitura".
............Quando ele saiu, ela com as pernas livres agora, reparou sua meia calça desfiada. Ergueu seu olhar para a porta que ela tinha que mandar arrumar logo. Fechou-a.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Os mundos de mim

Dentro de mim existem dois mundos,
mundos opostos dentro de uma coisa só.
Nunca há uma decisão sobre qual deles vai prevalecer.
Tenho meu carinho especial por um,
mas o outro - teimoso - insiste em permanecer por mais tempo,
eu ralho, mas ele diz que é tudo culpa da vida.
Ela manda e ele faz.

Dois grandes mundos opostos dentro de uma coisa só.
Me cansam, me tiram a força
e raras vezes me excita a grande agitação.
Tenho imensa raiva de um deles, ele me acaba,
mas é o mais presente em várias horas,
meu grande e chato companheiro.
Enquanto o outro - meu preferido - é relapso e ausente,
tão distante de tudo.

Dois mundos opostos,
sentidos de maneira inversa,
estão em briga - alheios a minha vontade -
em briga constante pelo domínio,
um domínio dentro de mim.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Último drink

............Uma dose de tequila, duas de absinto, suco de laranja e limão, muito gelo, misturou tudo. O último ingrediente, que daria todo diferencial, estava em sua mão. Carla olhava o vidro e apesar do frio interno, um rastro de dúvida esquentava sua barriga. Ou seria esperança?
............Estava sentada em sua cocha vermelha favorita, a qual ela estendeu de forma minuciosa sob o chão da sala. Ligou o dvd com um velho filme que já vira inúmeras vezes, mas que não se enjoava da estória. Era guerreira, sempre fora, seu jeito determinado e direto - apesar de as vezes ser confundido com insegurança e nervosismo, não entendia o porque - lhe renderam várias coisas boas, e más também. Não que tivesse feito alguma maldade para alguém, somente para ela mesma. Mas nas últimas semanas, especialmente naquele momento, estava se sentindo derrotada.
............Olhava o vidro e a vontade de engolir seu conteúdo sem a ajuda do drink era imensa, mas suas mãos não a obedeciam. Parou e pensou novamente em sua vida, como a fazer um balanço, tentou lembrar o que deixaria para trás, quem sentiria sua falta, o que seria feito sem ela, a resposta era nula, não conseguia lembrar da diferença ou importância que tinha. Largou o emprego, não tinha família e a última grande decepção ainda sangrava no peito.
............Abriu a tampa do vidro, sentiu um odor ardido, jogou lentamente sob o gelo, ergueu o copo colado ao nariz e observou como o líquido se misturava a bebida. Alguém bate na porta, o som do dvd estava muito alto, as batidas estavam muito fortes, já deviam estar batendo há algum tempo. Ela abriu, corpo de bombeiros, Carla estranhou tudo e logo ouviu uma explicação sob utilizarem sua janela para chegar mais próximos ao andar superior, o vizinho ameaçava pular. "Mas ele tem 13 anos", ela pensa. Neste momento um dos bombeiros a empurra e corre em direção a janela, a tempo dela se virar e ver um vulto, os outros dois também passam por ela e um deles derruba seu drink no chão.
............Gritos, choro, sirenes, se misturam aos passos apressados dos bombeiros saindo da sua sala, ela senta no sofá, olha sua cocha molhada, caminha em direção a janela e lá embaixo vê o pequeno corpo estendido. Os gritos de uma mulher parecem penetrar no seu estômago e dar nós. Ela olha para tela da tv e um casal está se beijando. Se sente zonza, coloca a cabeça entre os joelhos e respira apressado, na sua coxa sente seu coração bater descompassado.
............Segundos mudam tudo. Agradece o drink derramado.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Linhas & linhas

Enquanto escrevemos o livro da nossa vida, sem querer acabamos sendo protagonistas em capítulos de livros alheios.
Uma escrita com "quê" de psicografia, sem ser escrita a mão, feita com ações, olhares, falas, marcas, sorrisos ou lágrimas. Acabamos desenvolvendo uma parte na história (ou estória, vai saber?) de outros autores, as vezes sem ao menos saber disso. De tão concentrados em problemas, incompreensões e vontades, não notamos nada e de súbito esses dias ouvi um "Você foi um divisor de águas".
Eu?! É, eu. E nem notei.
Por um instante em meio a minha perdição, percebi de forma aliviada que podemos provocar transformações por aí.
Interessante, como quando vendo de forma expansiva tudo se entrelaça e mesmo com as "não importâncias" da vida, tudo caminha, pois o tempo não tem corda no relógio, ele é avante, sempre.
Interessante como participamos, passivamente ou ativamente. Interessante e assustador, já parou para pensar no que se fez? Nas suas ações, retribuições, vontades e dizeres... como seria um livro assim!
É...
Como é o seu personagem?

Coraco Quotidianu

Quebra, cola, remenda, esfola.
Coça, sara, aperta, pára.
Acelera, repete, incha, inverte.
Espreita, assusta, espera, estuda.
Teme, esfria, engana, agonia.
Triste, desconsola, murcha, isola.
Pensa, reabilita, nostalgia, aflita.
Bate, sente, recupera, mente.
Acredita, desfaz, começo, refaz...

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Desespero, assim e ponto.

Perdidos em meio a um desespero,
Indolentemente melancólicos em vasta solidão.
Desespero. Desesperação. Desesperança!
Fazer perder a esperança.
(Ah, Esperança...)
Consideração do provavél para a realização de algo que se deseja.
Perder a confiança da probabilidade,
De algo, de alguém, de você...
E, é assim, ponto.
Infinitamente perdidos em meio a um desespero,
Desesperadamente esperançosos para se encontrar.