segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Festa no firmamento

............Todas as Estrelas irradiavam seu brilho mais ofuscante e, a dona da noite, a senhora Lua estava toda cheia e pomposa pela alegria do local.
............Os Astros, sempre belos, eram poucos e muito reservados, procuravam passar de forma discreta, apesar de sempre serem notados e deixarem suspiros comovidos entre os observadores. Mas haviam aquelas mais atiradinhas, e onde não havia? As cadentes! Ah, essas danadas, gostavam de exibir seu rastro magnífico e ouvir todos os secretos desejos, desejos mais íntimos, e entre olhares de esperanças elas iam embora com a promessa de realizá-los, embora soubessem que no final não seria assim. Mas sem corações quebrados, os finais felizes não seriam tão bem reconhecidos, não é mesmo?
............No infinito as coisas caminhavam da maneira mais delicada e magnânima de ser, tudo em seu misterioso engenho da mais perfeita função. Beleza, brilho, paz, um inexplicável som percorria o local. Talvez a voz dos anjos.
............E apesar da incrível festa, existiam aqueles que não gostavam da alegria alheia e sim, queriam ofuscar o brilho de qualquer maneira, não queria que outros olhos contemplassem a beleza daquele momento. Eram as carregadas que se aproximavam, as nuvens negras.
............A Lua, em seu esplendor, não permitiria que uma onda de gotas tristes estragasse sua noite e tratou de combinar com seu amigo vento uma brisa leve porém eficiente. Sorriram satisfeitos, na maioria das vezes uma delicadeza conseguia resolver uma terrível tempestade. E ela estava dona da razão, afinal era ela, a dona, a mais bela das belas, a Lua, tão adorada, tão linda, tão inspiradora e tão solitária. O mais perfeito dos perfeitos ou o mais desejado dos desejos às vezes era inatingível. Mas ela era ela, e a vida seria assim, porque ela pertencia ao céu e ele não era de ninguém.
............E enquanto ela bebia seu néctar e olhava para baixo, aqui embaixo existiam os que se embebedavam com a visão lá de cima, sem ao menos imaginar como lá é tão igual aqui. Tudo tão igual...

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